Quero teu calor, teu cheiro
Abro os olhos, voce presente
Felicidade de lado, solidão a dois
Teu coração ausente
O barco navega a deriva
E a solidão deita ao nosso lado
Tão perto, tão dentro, tão forte
Estamos tão sobrios, tão distantes
Amo-te e tanto te desconheço
Teu olhar está em outra direção
Aprisiono-me no passado
Outrora, voce no meu coração
O que foi, sem nunca ter vivido
No êxtase do encantamento
Cortou-me feito navalha
Nas trevas da covardia
A dor é latente, visivel
Traição ferindo um sentimento
Dor voraz, desumana
Dor do engano e do lamento
O inesperado vindo do nada
Traição sendo executada
Em meio a dor e frustação
Estou só, perdida em solidão
E o barco antes sem vela
Sem porto, sem rumo
Sem andar ao sabor do vento
Corre a ti em aguas mansas
E sentindo tanta dor
Em falhas desabafadas
Na alma enegrecida,
O coração perdoa!
Prima postiça, que poema maravilhoso! Eu digo mais uma vez: adorooo seus textos e acho a temática parecida às vezes com os da Florbela Espanca, da qual sou fã. Falando de dor então, me lembra mais ainda, mas claro, você tem sua linguagem que é atual e penetrante. Parabéns! Já sou sua fã também.
ResponderExcluirMe tocou bastante este. Só o amor mesmo nos faz perdoarmos as maiores dores e amarmos aquilo que nos causou a dor.
Bravo!
Beijos
@TalithaMesquita
Acabo de ter certeza que abordamos o mesmo tema...
ResponderExcluirTá lindo apesar de doloroso...
Beijão
Edilene
http://devaneiopulsante.blogspot.com
Parabpens pelo texto! Acredito que o amor não seria amor se não houvesse sofrimento, amargura, tristeza, acho que faz parte do contexto!
ResponderExcluirBeijo
@miriandemoraes
O que foi, sem nunca ter vivido
ResponderExcluirNo êxtase do encantamento
Cortou-me feito navalha
Nas trevas da covardia
Totalmente escrito pra mim, das necessidades urgentes que gritam lá no fundo do coração... Das vontades que sufoco e doem...
Lindo Rô!!!
Excelente texto como sempre. Parabéns!
ResponderExcluirImpressiona saber como o amor, feito para ser paz, enlevo e prazer, pode tornar-se tão denso e desesperançado por um lado e, por outro, tão redentor.
ResponderExcluirSó a mágica da poetisa para fazer a dor transformar-se em perdão.
Obrigado pela lição.
Às vezes nos esquecemos de que amar não é apenas viver em êxtase -- é também sofrer pelo que sentimos. Quem não sofre nunca, é porque nunca amou de verdade. E sofrer requer perdão -- muitas vezes o que nos fere é aquilo que tanto amamos.
ResponderExcluirAmor sem perdão não é mais amor -- é mágoa travestida em amor. O difícil é evitar essa metamorfose.
Beijos,
Fabio Piva
http://paciencianegativa.blogspot.com/